Penso que a minha droga de eleição seria a heroína. E digo seria porque estou a falar de cor. Nunca senti o seu pulsar nas minhas veias mas por aquilo que sempre ouvi dizer acho que tem tudo a ver comigo. E temos que confiar naquilo que as pessoas nos dizem. Especialmente em heroinómanos. Alguém que dedica a vida de forma tão afincada a uma causa como esta só pode ser uma pessoa séria.
A única razão porque não enveredo por esta carreira profissional prende-se por questões de imagem. Como diziam os Dandy Warhols à uns anos, “Nunca imaginei que te tornasses um carocho pois a heroína está tão fora de moda”. E meus caros, é certo dizer que mais de uma década depois deste comentário a imagem deste opiáceo não tem tido grandes melhorias.
Longe vão os tempos em que era fixe andar metido no cavalo. Era d’homem andar a chutar na veia. Uma afirmação de seriedade perante tudo e todos. Uma renuncia completa às trivialidades da vida e a tudo o mais associado a esta. Uma coisa linda portanto.
Mas esse tempo já lá vai. Agora, para além do decréscimo acentuado no seu consumo, assistimos à degradação de uma cultura que fazia tão parte de nós. Tudo bem que agora existem meta-afetaminas e todo o tipo de drogas de laboratório. Mas não é a mesma coisa. Cavalo é o cavalo. Um produto tradicional que destruiu famílias e gerações e como tal não se devia perder.
O degredo andará cá sempre, ao menos que tenha mística e uma boa banda sonora de forma a dar alma a quem a vai perder em breve.
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