Quando alguém nos chama pelos dois primeiros nomes é porque está profundamente irritado connosco. E de certeza que fizemos merda. Ainda hoje tenho bem viva na minha memória a voz da minha avó a exclamar “David Miguel!”. Era um som medonho. Quando aquele grito suava, imediatamente também eu fazia o mesmo. Começava logo a suar. Já sabia que estava fodido.

O tom de voz da minha avó era bem mais forte que um “Ai o caralho!” ou um “Oh meu ganda filha da puta!”. Era bem preferível um chorrilho de caralhadas seguido de uma carga de porrada monumental do que ouvir os dois nomes. E isso tem uma razão muito simples que se acentua com o avanço da idade. Quando ela exclamava a fatídica frase já nem era sinal que estava chateada, era de que estava desiludida. O que é bem pior.

À décadas que ninguém me chama pelos dois nomes. E é para continuar, que não ganho nada com isso. Curiosamente, quando se refere esta questão, só em lembro da voz da minha avó. Não é que tenha sido a única pessoa a evocar o medonho “David Miguel”. Não o foi de forma alguma, mas por alguma razão é a única voz presente em tal frase. Ela sempre disse, quando estava irritada comigo, que um dia, quando já cá não estivesse, ainda me ia fazer muita falta. Estava certa.

Em todo o caso…Avó se me estás a ouvir…

Tenho muitas saudades tuas e tinhas toda a razão, fazes-me imensa falta. Mas se é para voltares a este mundo para te pores a berrar “David Miguel” bem que podes ficar por terras do além que eu já tenho que chegue quem me chateie os cornos.

À cera de seis meses decidi inscrever-me na natação. Nunca soube nadar, nem boiar sequer. Durante décadas estava profundamente convencido que possuía uma estrutura óssea à base de chumbo que me impedia de flutuar como os restantes seres humanos. No entanto, isto viria a tornar-se um mito. Rapidamente, e após poucas aulas, já conseguia boiar tipo cadáver, um sonho de infância e um orgulho para toda a minha família. Assim como nadar de costas.

Desde então o desenvolvimento tem-se vindo a realizar a um ritmo mais pausado. Neste momento tenho como grandes metas o boiar de pé, que por alguma razão, que me é totalmente desconhecida, não consigo nem por nada. E nadar noutros estilos de forma conveniente e convincente.

Apesar desta notória evolução o fundamental continua por alcançar. Resumindo a introdução, se me mandarem borda fora, num sítio que não tenha pé, estou fodido. Mas completamente fodido. Fodidinho de todo. Do género, este já se foi e daqui já não cresce mais nada. Nem para peças isto serve.

O mais extraordinário de não saber nadar, é que a quem quer que eu conte isto a reacção é sempre a mesma. Uma gargalhada geral. Um “AHAHAHAHAHAHAHAH” bem sentido. O que é o mesmo que dizer que, perante a possibilidade de eu morrer através da agonia de uma asfixia desesperante que será provavelmente dos fins mais indesejados por toda a humanidade, a outra pessoa sente-se profundamente feliz.

Queria deixar aqui o meu obrigado pela consideração a todas as pessoas que já me contemplaram com tal situação. E retribuir dizendo que me rio a bandeiras despregadas perante a possibilidade ficarem tetra/paraplégicos na próxima vez que pegarem num carro. Ou que aquela dor de cabeça que vos atormenta à tanto tempo não seja mais que um tumor maligno sem possibilidade de recuperação. Um grande bem-haja.

Estava ontem à tarde a deambular pela grelha da programação e deparei-me com uma figura que já tinha ouvido falar. Deixei passar uns segundos para ver concretamente do que se tratava. É que vários amigos meus, que recentemente se tornaram pais, tinham-me relatado as horas que passavam com os filhos em frente à televisão para ver isto. E reparem que disse isto. Pois é com o com o sentido mais pejorativo que me possa ocorrer que classifico os desenhos animados “Ruca”.

Mas estão a gozar com quem? Só por crueldade é que passa algum tempo a ver esta merda. O Ruca, digam lá o que disserem, é um pobre coitado. No meu ponto de vista é uma criança com leucemia que não joga com o baralho todo. Eu compreendo que a elevada medicação e as sessões de rádio e quimioterapia lhe tenham abrasado o corpo e a mente. Mas isso não é desculpa para tudo. O puto tem claramente uma falha.

Antes de mais é desumano pôr uma criança naquele estado a fazer um programa. Ele devia era estar internado para que o pouco tempo que lhe resta fosse de alguma qualidade e acima de tudo de dignidade. Agora olhar para a televisão e ver um miúdo com pouco tempo de vida a arrastar-se é puro sadismo. Ainda por cima ele é estúpido que nem uma porta. Têm de falar com ele como se fosse um atrasado mental. Devagar, soletrando cada vocábulo. E mesmo assim ele não percebe. Nem as coisas mais básicas.


“Olha Ruca vais tomar banho.”

“Ah…..o que é um banho?”

“Olha Ruca hoje vamos à rua.”

“Ah…o que é isso?”

“Ruca, hora de ir comer”

“Ah… fiz um boneco com o meu cocó.”

“BUM BUM” E está feito. Dois tiros nos cornos do puto e acaba-se o sofrimento. Deus nosso senhor que leve o Ruca. Para andar cá no mundo neste estado mais vale ir de vez.

A semana passada acordei e senti-me estranho. Ao levantar-me da cama notei que algo não estava bem. Sentia-me diferente e não sabia bem porquê. Como todos os dias, decidi pôr musica a tocar, enquanto despertava e me preparava para mais um dia. No entanto, naquele dia, a banda sonora era diferente. Em vez de ouvir Guns N Roses ou a compilação “As melhores músicas de Hard-Rock para conduzir bêbado” dei por mim a ouvir os grandes êxitos dos Culture Club e da Madonna. E o pior é que estava a gostar. Sentia-me leve e bem disposto.

Fui até à casa de banho. Em vez do típico e simples mijar e passar a cara por água estive lá dentro uma hora. Depois de um banho de emersão parei em frente ao espelho. Olhava-me obsessivamente para este e coloquei todos os cremes que existiam no armário. Estranhei, pois no dia anterior nem sabia que ali estavam e muito menos para que serviam.

Pequeno-Almoço. Quando comecei realmente a comer, para além de já terem passado mais de trinta minutos, o cenário era radicalmente diferente do dia anterior. Uma mesa posta, com talheres e tudo, sumo natural, cereais e uma serie de produtos que diziam “fitness” e “regulador da flora intestinal”. Onde estava a minha chávena de café e a minha sandes de presunto? Decidi vestir-me à pressa e dirigir-me ao centro de saúde mais próximo.

No entanto sair de casa não foi assim tão fácil. Lembro-me mal mas do pouco que me recordo sei que vesti todas as roupas que tinha em casa. No fim acabei por sair com as calças mais justas que tinha e com uma blusa da minha mãe.

A espera no centro de saúde foi, como seria de esperar, enorme. No entanto, o tempo não me custou nada a passar. Estive sempre entretido à conversa com umas senhoras muito agradáveis que simpaticamente me contaram a toda a sua fascinante vida. Para além de ter lido a fundo todas as revistas cor-de-rosa que se encontravam na sala de espera.

Ao entrar no consultório dirigi-me ao médico com uma voz muito aguda. Elogiei a decoração do espaço e prontamente lhe expliquei o que me trazia ali. Relatei-lhe o meu dia, o facto de ter a sensação de ter os pulsos partidos e que estava a pensar em seguir carreira como actor em teatro de revista.

O médico olhou-me nos olhos. Com um ar sério de quem aparentava tratar-se de uma situação grave. E disse. “Meu caro, você apanhou Gay e vai ser internado imediatamente. É nesta fase inicial que temos de agir para que a doença não progrida.”.

Fui prontamente colocado numa sala. Decorada com calendários de mulheres nuas com seios amplamente desenvolvidos e motos de elevada cilindrada. Ao fundo um ecrã passava continuamente jogos de futebol e ao carregarmos no comando soava uma voz que nos dizia em tom agressivo “Para que é que queres mudar? Está a dar bola.”.

Depois de umas horas neste ambiente, e com uma alimentação à base bifanas, couratos e sandes de torresmos comecei a sentir-me melhor. O soro de tinto da casa e a bica de imperial à cabeceira da cama fizeram o resto. O médico entrou na sala, agora com um ar bem mais sorridente, e disse: “Vejo que já está bom. Foi por pouco, senão tem sido tratado a tempo poderia ter tido efeitos catastróficos. Vá descansado. Tenha é cuidado no futuro, especialmente em idas a casas de banho públicas e a beber cervejas light e descafeinados.”. Fica o alerta.

A ideia de passar a Pascoa nas Filipinas pareceu-me muito boa ao início. Sempre gostei daquela zona e como não lá ia à que tempos sempre era bom para matar saudades. Deslumbrantes paisagens e um povo amistoso são o garante de uma experiencia única. Apesar de tudo isso rapidamente me apercebi ter-se tratado de um erro crasso.


Apesar das reservas que tinha em relação à ida concordei em ir. Era fundamental a minha presença. Era o único que já lá tinha estado e ainda por cima conhecia bem o terreno. As minhas reservas não se prendiam com a ida mas sim pela época que tínhamos escolhido. Seja como for, não podia dizer que não.

Aterramos na capital filipina por volta das onze da noite, hora local. O aeroporto de Ninoy Aquino é uma estrutura moderna e organizada. Mas assim que chegamos às ruas de Manila é um caos completo. Eles entendem-se mas é uma confusão dos diabos. É gente e mais gente por todo o lado. Uma mistura de Nova York com Bombaim e sempre à hora de ponta. Tudo isto com o cansaço da longa viagem. Como podem adivinhar que o meu estado de espírito não era dos melhores.

Estava desejoso de chegar ao quarto de hotel e finalmente aterrar. Mas desta vez no vale dos lençóis e não numa das maiores metrópoles do Sudoeste Asiático.

O grande acontecimento local, desta época, são as celebrações religiosas da Pascoa. Para vermos as conhecidas procissões com os flageladores e tipos que se crucificam mesmo à campeão temos que ir para o interior. Apesar do destaque que têm nas televisões, são uma expressão bastante reduzida e localizada nos meios mais rurais.

Detestei aquilo e não fui o único. Para quem acha que é um espectáculo ver uma cambada de gente a dar com um chicote nas suas próprias costas enquanto estas escorrem sangue e ver tipos a serem pregados numa cruz com cavilhas de vinte centímetros, digo-vos já que não vale o dinheiro. Eu sei que parece muito divertido mas estando lá digo-vos que é um bocado deprimente.


Voltámos rapidamente para Manila. Rapidamente que é como quem diz. O trânsito é caótico, e nesta altura nem é só na capital. Devido às celebrações cristãs, o país é inundado de turistas vindos dos quatro cantos do mundo e demora-se uma vida para fazer qualquer caminho. Daí, é fácil concluir que a viagem, de trezentos penosos quilómetros à volta, foi tudo menos agradável. Num autocarro sobrelotado e sem ar condicionado chegamos desfeitos. Mas valia termo-nos juntado à procissão a dar chibatadas às costas que teria sido bem menos penoso.


Devido ao desânimo geral perguntei a todos: “Querem mesmo conhecer Manila, no seu melhor, longe de todos os locais feitos só para turistas?”. Como a resposta foi unânime, fomos todos para a cama pois o dia seguinte seria em grande.

Uma tradição que não desapareceu no Sudeste Asiático, e que vale realmente a pena, são os salões de ópio. Bem mais agradável que procissões sadomasoquistas, estes locais oferecem uma hospitalidade única. Basicamente são o equivalente às coffee-shops em Amesterdão mas para rijos. Quem é menino sempre pode ir fumar ganzas para o confortável e seguro norte da Europa. Agora se procuram emoções fortes não há nada como estar deitado num sofá imundo habituado por toda a espécie de insectos e parasitas conhecidos nos livros de biologia. Enquanto um borrão arde ao nosso lado e o fumo começa a entranhar os nossos pulmões.

Chegamos cedo pela manhã. Passado um bocado aquele antro imundo mais nos parece os serões em casa da avó. É que há algo de profundamente relaxante nos opiáceos. Assim que os primeiros aromas de heroína nos entram na alma sentimo-nos a levitar. O corpo adormece e a alma acompanha-o. Perdemos a vontade para tudo e assim desejamos ficar.



Mas isto não é só boa vida e miminhos. Está bem que estamos de férias mas isto não é só ficar de papo para o ar com uma broa descomunal. Sendo assim, e aguardando um pouco para nos recompormos, fomos jantar. Já eram nove da noite e a fome apertava. Uma reconfortante refeição e claramente o estado de espírito era outro. É assim a prova que nunca nos devemos guiar exclusivamente pelos guias turísticos. Há muito mais para descobrir do que aquilo que é evidente.


No domingo de Pascoa fomos todos às putas. Excepto o Jorge que estava com cólicas. Ele nunca se deu muito bem com comida condimentada e para ir para um bordel e andar lá a vomitar e a fazer tristes figuras mais vale ficar sossegado em casa.

Devo avisar quem aqui vier para ter muito cuidado. Os perigos são mais que muitos. Assaltos, doenças venéreas e eunucos podem levar aquilo que inicialmente parecia uma tarde bem agradável a uma traumatizante experiencia.

Mas com as precauções necessárias garanto-vos que vale bem a pena. Há para todos os gostos e carteiras. Variedade é a palavra de ordem por aqui. O que é pena é o tempo, sempre escasso nestas situações. Para se conhecer bem todos as atracções deste autentico parque temático tínhamos de vir para cá meses e mesmo assim só ficávamos com uma ideia do geral de tudo isto. Em todo o caso, mesmo sendo pouco, vale sempre a pena.

E assim se passa mais um fim-de-semana. Quando damos por nós já é segunda-feira e passa tudo a correr. Mas pronto, sempre se passeou um bocado. Faz sempre bem ir dar uma volta mesmo que tenha sido a um sítio tão banal como as Filipinas na Pascoa.

Para já ainda não notei grande diferença do meu acordo com Belzebu. O dia tem-me corrido normalmente como tantos outros. Já dormi melhor mas isso é compreensível. Não é todos os dias que nos comprometemos até à eternidade a apodrecer nas profundezas do Inferno. Cria-se sempre alguma expectativa. De qualquer forma, para além de uma certa sonolência, está tudo na mesma. Nem me cresceram cornos, cauda ou fiquei com cascos nos pés. Os meus olhos continuam a ser castanhos em vez de se tornarem vermelho sangue como é dito. Pelo sim pelo não, vou evitar a todo o custo entrar em igrejas. Não vá eu entrar em combustão espontânea e isso só dá é chatices. Não sei se alguma vez viram alguém entrar em combustão espontânea mas é uma fumarada e a fuligem entranha-se a fundo nas paredes. E para limpar aquilo? Ui ui, é esfregar e esfregar como quem limpa uma lareira. E com isto se perde uma tarde inteira.

Almocei filetes com arroz de tomate. Está bem que é um prato avermelhado mas não deixa de ser uma mariquice tendo em conta que agora sou um leal servidor de Satan. Sou, digo eu. Ninguém me deu um recibo nem um carimbo em brasa na minha própria pele. Hoje em dia é tudo informatizado e as coisas acabam por perder a sua mística. Que saudades tenho eu de um acordo lacrado. Com a cera quente a escorrer pelos nossos corpos. Bons tempos…

Seja como for, esperava mais. Acordar e ter uma vontade enorme de degolar uma galinha viva e comê-la de seguida. Também há que ver que é Pascoa. Se calhar isso tem algum peso. Provavelmente isto só terá efeito para a semana. Já se sabe como é este país. Pára tudo em épocas festivas. Bem, vou deixar a maldição infernal fazer efeito e logo vejo o que acontece. 

Reza a lenda que Robert Johnson, icónica figura do Blues, vendeu a alma ao diabo em troca de um talento musical ímpar. Mais especificamente, a história refere que à meia-noite, numa encruzilhada, um homem vestido de preto (o Mafarrico) lhe afinou a guitarra, tocou umas modinhas e passou a sua mestria para as mãos e mente de Johnson.

Pois posso-vos dizer que isto é uma grande treta. Ainda ontem vendi a alma ao diabo e ele vinha em tons de azul. Azul-escuro é verdade, mas nem um daltónico poderia confundir com preto. Mas tonalidades à parte, que isso é irrelevante.

Já à bastante tempo que pensava em fazer isto. Finalmente tive a oportunidade de o concretizar. Ainda se colocou a hipótese de fazer um leasing mas achei que já que estávamos a falar da alma de uma pessoa ao menos que fosse algo em definitivo.

Cheguei à encruzilhada já passava da meia-noite. Felizmente Satanás também se tinha atrasado e acabava de chegar. Após a já típica conversa sobre o trânsito alfacinha prosseguimos para aquilo que verdadeiramente interessava.

Não me fazendo fraco nesta negociação virei-me para ele dizendo:

-Como é que eu sei que você é mesmo o diabo? Eu nem acredito em tal figura.

Ao que ele respondeu:

-Oh meu amigo, eu também não acreditava que hoje chovesse depois dos dias bonitos que tivemos em Março e veja como o tempo se pôs.

Fiquei logo sem argumentos. E se duvidas tivesse, foram logo postas de parte. Mostrou-me o seu diploma da licenciatura de direito, um mestrado em teologia, a tatuagem de uma claque de futebol, o seu cartão de filiação num partido politico e o de funcionário da ASAE. Percebi imediatamente que estava perante uma figura de uma malvadez superior.

O acordo foi bastante rápido e, diria eu, bastante proveitoso para a minha parte. A minha alma condenada até à eternidade pela realização dos meus desejos terrenos. Considero que fiquei a ganhar duas vezes. Se por um lado garanti uma existência bem mais proveitosa por outro assegurei a minha entrada pelas portas do Inferno. Desde muito novo que sempre sonhei ir lá parar depois de esticar o pernil. O Céu sempre me pareceu profundamente aborrecido e com uma aragem desagradável. Por outro lado o Inferno apresenta-se pleno de vantagens. É mais aconchegante, pode-se fumar e ao menos conheço alguém. Se fosse parar ao Céu não conhecia ninguém. Tinha de estar a fazer amigos outra vez e toda a gente sabe que amizades duradoiras não se constroem assim, sem mais nem menos.

E mais. Tudo aquilo que é bom está nas profundezas do Inferno. Todos os pecados lá estão, e em dose reforçada. Posso ter sido levado ao engano, eu sei. Pode ser como qualquer local turístico. Óptimo para passar férias mas péssimo para lá se viver. Seja como for ou era isso ou andar feito parvo de nuvem em nuvem a tocar harpa na companhia de anjos assexuados. Venham as chamas do Inferno e o resto que se foda.