Meus caros, o melhor dos anos oitenta é já terem acabado. Se alguém esteve vivo na altura é bom que se recorde da agonia que foi viver naquela década. Num país onde nada se passava e onde parecia que ninguém queria o contrário. Onde passámos todo este degradante cenário vestidos como uns parolos e com a banda sonora mais escapista e fabricada de sempre. Sem qualquer substância ou conteúdo.
E se alguém julga que o menos mau que aquela década teve foram estes supostos “artistas” então é porque sofre de alguma grave perturbação mental. Qualquer pessoa que pegue num microfone nessa noite naquele palco é pura e simplesmente uma decadente ex-estrela pop. Que note-se, só o foi durante dez minutos em toda a década. Gente que vai partilhar um palco com mais uma dúzia de talentos porque só tiveram uma ou duas músicas conhecidas. Leia-se conhecidas e não de jeito. Se quisessem fazer um concerto com o melhor dos anos oitenta fizessem um esforço para voltar a reunir os Smiths.
Felizmente que o concerto vai ser no Atlântico. Com a merda de som que aquilo tem sempre disfarça o facto das músicas serem cantadas por defuntos. Mais valia terem organizado isto no Cemitério dos Prazeres. Era bem mais apropriado e assim os “artistas” iam para a cama num instante.
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