Isto de estar vivo tem muito que se lhe diga. O contrário se passa com estar morto. Pelo menos daquilo que sabemos. Do ponto de vista de um ser vivo estar morto não tem muito que se lhe diga. Claro que podemos especular se existirá vida após a morte, o conceito de alma, reencarnações, céu e inferno, espíritos, almas penadas e luzes ao fundo do túnel. Mas por aquilo que conhecemos e nos é permitido observar, estar morto é basicamente apodrecer aos poucos. Não aparenta ser muito difícil, é facilmente explicável do ponto de vista científico e está ao alcance de todos. É só estar ali sossegadito enquanto os vermes nos devoram as entranhas. Simples.
Estar vivo é bem mais interessante. Senão vejamos a quantidade de coisas que podemos fazer vivos que mortos teríamos imensa dificuldade. Para ser sincero nunca vi um morto fazer nada de jeito. Nem bem nem mal. Limita-se a estar ali. E por pouco tempo, que como sabemos passado pouco tempo já não está lá nada.
Logo, uma grande questão aqui se coloca. Para que serve um morto? Lá está. Resposta em branco. Então senão serve para nada porque raio é que hão de ter direito a uma área exclusiva? Estou a falar dos cemitérios. Se não servem para nada, qual o sentido de ocuparem tanto espaço que pode ser utilizado para coisas bem mais interessantes. Para mim um cemitério não passa de um conceito completamente ultrapassado. Uma lembrança da época medieval.
Porque não se há-de aproveitar o espaço para construir uma escola, um centro de saúde ou o sempre tão prezado centro comercial? Pensem no desenvolvimento que todas as freguesias teriam ao abdicar de um depósito de cadáveres para em seu lugar construir algo em proveitoso para os vivos. Vamos todos pensar nisto que vêem aí as autárquicas. Seria bom incluir as novas propostas já nos programas eleitorais.
E o que fazer aos mortos agora que não têm para onde ir? Qualquer coisa desde que não seja ocupar belos espaços verdejantes com pretexto nenhum. Tanto se podem cremar como servir de ração, o que não falta aí são alternativas. Duvido muito que se chateiem com qualquer uma das opções. O que é preciso é ter ideias e ir para a frente que para trás mija a burra.
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