
Caros compatriotas Benfiquistas.
Mais uma vez chegámos aquele lugar que nos é tão comum. O fim da época, a deplorável classificação, a saída e entrada de uma dúzia de jogadores, as discussões inconclusivas sobre o futuro e o já inevitável despedimento do treinador principal da equipe de futebol. A novela repete-se ano após ano, mudam quase todas as personagens, mas a história é sempre a mesma. Uma versão misógina dos “Morangos com Açúcar”.
Sempre defendi que o grande problema do Benfica não passa por treinadores nem jogadores. Mas sim por crassos erros de gestão, administrações de uma incompetência notável e por falta de uma estratégia e cultura de clube. Mas sobre isso falarei noutra altura. No entanto, muitos erros de casting têm sido feitos. E lá por os grandes problemas virem de cima não podemos desresponsabilizar certas pessoas.
Como tal, quero falar do Kiko (vulgarmente conhecido como Quique Flores). Apesar de defender a importância da criação de bases e estabilidade no nosso amado clube, uma coisa quero sublinhar. Errar e repetir esses mesmos erros, insistir até à exaustão em soluções que se mostrar profundamente equivocadas e apostar em modelos que sempre se evidenciaram um fracasso completo, não é estabilidade. É estupidez, e das grandes.
Poderia estar aqui a referir as razões porque tenho tal ideia. Tais como: colocar o alto e espadaúdo Pablo Aimar como ponta-de-lança sem lhe permitir explorar o seu maior talento, a criação de jogo; a colocação de Reyes a médio ala-esquerdo, deixando-o sem liberdade de movimentos ofensivos; as falhas e espaços entre as linhas; a dispensa de Leo e a inexistência de laterais; o relegar de Cardozo para segundo plano; a criação de bodes expiatórios dentro do grupo para se desresponsabilizar, escolhidos à vez como quem sai numa rifa onde nunca há prémio; o facto de não jogar com um pivot defensivo à frente do centrais; a colocação, e consequente desperdício, de Ruben Amorim a médio direito; a paragem e não desenvolvimento pela escassa utilização de jovens talentos como Felipe Bastos e Urreta; o entregar de toda a frente de ataque ao desapoiado Suazo, um jogador com uma qualidade impar e que acaba por ficar na história apenas como mais um; a utilização regular de Bynia em vez de colocar no seu lugar um jogador de futebol; a falta de apoio aos guarda-redes e mais um monte de coisas que não me ocorrem agora porque estou a escrever de improviso e a debitar o que me vem à cabeça.
Resumindo. Com o melhor plantel dos últimos quinze anos (e que nem daqui a outros quinze teremos outro igual) uma época deplorável. Onde a única conquista, a grandiosa Taça da Liga, se deveu apenas à brilhante exibição do nosso melhor jogador, Lucílio Batista. Só posso acrescentar que estou muito satisfeito pela saída do Kiko. No entanto nada irá resolver se cometerem os mesmos erros de sempre. Algo que se avizinha mais uma vez e sem grande surpresa. Saudações Benfiquistas.
Comments (3)
Pensa pelo lado positivo, vem ai a altura engraçada das contratações, que independentemente das mesmas já sabemos o que irá acontecer na próxima época...
Isso é um lado positivo? Foda-se!!! Então o que será um negativo? Hás de me explicar qual a beleza de ver entrar mais uma dúzia de jogadores e um treinador que não chega ao Natal. Hoje era mais um brasileiro qualquer que contrataram. Decerto mais um prodígio do futebol.A época ainda não acabou e já vão em três. Lá para Agosto já nem têm cacifos no Seixal para tanto jogador.
E prepara-te que vão sair dos jogadores mais influentes que temos...
Vai ser uma época espectacular...