Estranhos tempos estes. Temos mais formas de comunicação que em qualquer outro período da História e no entanto nunca no sentimos tão sós. Telefones, telemóveis, messenger, gmail, facebook e mais um milhão de formas de nos deixarmos ficar isolados em frente a aparelhos.
Onde estão os serões de conversa, as tertúlias intermináveis e os encontros ocasionais? Os copos entre amigos, os fartos jantares e o simples estar em comunhão? Não desapareceram é certo. No entanto parecem ser cada vez mais uma memória distante de um tempo que passou.
O mais absurdo é que olho à minha volta e nem sou dos que mais se pode queixar. Cada vez mais noto ser um privilegiado pelo elevado contacto humano que ainda faço por manter com todos aqueles que me são especiais. Quantos há que nem a esse luxo se podem dar? Sim luxo. Aqui não é uma hipérbole, é um facto consumado. Para muitos o simples acto de ter alguém ao seu lado que dê significado à sua existência tornou-se um acto supérfluo. Passível de ser cobrado à taxa máxima. Um nicho de mercado acessível a muito poucos.
Algo de muito errado se passa nas nossas vidas. Afastámo-nos daquilo que verdadeiramente somos e desejamos. Temos todos os bens e comodidades mas falta-nos o essencial. O saber que fazemos sentido por dar sentido à vida de alguém.
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