Se há conceitos que ultrapassam os limites da inteligência, e até do absurdo, é o de Destino. A velha e irrefutável ideia de que tudo aquilo que vivemos já está determinado. Que todos temos o guião das nossas vidas, senão completamente escrito, pelo menos amplamente alinhavado.

Não quero aqui provar ou negar a existência do mesmo. Só coloco uma questão. Para quê? A sério, já alguma vez pensaram nisto? Porque raio é que alguém se ia dar ao trabalho de escrever a história de toda a humanidade e realizar tamanho argumento? Para satisfazer o seu sonho de menino de ser realizador de cinema? Para se entreter a ver um filme? Foda-se, e ainda há quem ache que E Tudo O Vento Levou é grande. Aquelas quatro horinhas, a ver o Clark Gable de banho tomado enquanto tudo à sua volta morre estropiado e a esvair-se em sangue, agora até parecem curtas para ir à casa-de-banho num intervalo.

É um perfeito disparate. E o Destino também. Se alguma coisa estivesse escrita qual seria o propósito? Bom, dá sempre para argumentar que mesmo sem nada estar escrito que ainda ninguém encontrou o sentido a tudo isto. Válido, mas mesmo assim não me convence. Caso fosse verdade, quem seria o autor de tamanha barbárie? E com que critérios? Mas que sadismo e parcialidade.

Em todo o caso temos de estar abertos a todas as possibilidades. E caso se confirme que esta teoria é verdadeira só há uma coisa a fazer. Demitir o argumentista. Mais nada. Já está à demasiado tempo no cargo e a história já perdeu a Graça à muito. E só uma pessoa o pode substituir. Nós e nós mesmos.

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